Sobre Juan Ernesto Ferrari
Nascido na Cidade Autônoma de Buenos Aires, Argentina, em 1964, o escritor Juan Ernesto Ferrari Ingressou no Exército em 1987, completou a sua formação militar em institutos e unidades militares e, no âmbito civil, obteve a formação de Técnico Universitário em Higiene e Segurança do Trabalho pela Universidade Nacional de Cuyo; Bacharel em Arte com especialização em História da Arte pela School of Social and Human Studies da Atlantic International University nos Estados Unidos, e possui um Mestrado em História da Arte pela Business School, do Centro de Formação Superior de Pós-graduação Euroinnova, em Granada, Espanha.
Durante sua trajetória profissional, Juan atuou em diferentes destinos dentro e fora da Argentina, entre os anos 2004 e 2007, foi destinado na Aditância Militar e de Defesa da Argentina junto a Embaixada Argentina no Brasil, em Brasília. Após anos de dedicação ao serviço do seu país, aposentou-se efetivamente e começou com os outros projetos.
Com inclinação pelas artes plásticas, cênicas e literária mantem o hábito da leitura em todas suas expressões, contos, romances, poesia e ensaios de escritores tão dissímeis quanto Borges, Murakami, Helena Garro, Ayn Rand ou Byung-Chul Han. Também aprecia o cinema de cult, o que reflete sua personalidade eclética e profundamente ligada a cultura.
Perseguiçário : a concepção.
Fui destinado ao serviço da Argentina na Embaixada Argentina no Brasil, em Brasília e, morar lá mudou a minha vida. Antes de chegar lá, eu já sabia tudo a respeito do Plano Piloto, ainda sem conhece-lo, podia identificar os prédios, os eixos, monumentos, etc.
Morar em Brasília, é morar numa obra de arte a céu aberto, nesse maravilhoso sonho do Presidente Juscelino Kubitschek e, que Lucio Costa e Oscar Niemayer deram forma e, vida com o hálito de vida misterioso e fantástico.
Certamente, para aqueles que só veem, cimento e asfalto ou um sistema político de urbanização (Brasília foi considerada como um modelo socialista de estandardização urbano e social), nunca entenderam o conceito urbanístico e estético pensado, planejado e plasmado na Carta de Atenas de 1933, fortemente influído pelos artistas, arquitetos e designers pertencentes a Escola da Bauhaus. Mas, para mim o “Plano” foi meu quarteirão, meu bairro, minha cidade, onde uma noite, qualquer uma, no Pontão, pode ser toa romântica, como nos bairros de Belgrano em Buenos aires, o Gótico em Barcelona ou Parati no Rio.
Foi nesse clima de alternância entre a seca e as chuvas, que “Perseguiçário – Histórias de perseguições inúteis”, nasceu como um relato isolado, uma tarde chata e chuvosa num escritório de Buenos Aires a minha volta do Brasil. A chuva trouxe a lembrança do Plano Piloto, os engarrafamentos, os passos para pedestres por baixo do eixão alagados, e logo o esplendor do típico céu d´cor “Azul-Brasília”, com essa postal imaginei como seria perseguir alguém, ou algo, nessa cidade caótica e selvagem, mas, cativante. E, certamente, seria inútil. E por causa disso todas acabam mal.
Comecei a procurar informação de fatos importantes que tenham acontecido em Brasília quanto, de personagens da vida social, representantes da cultura brasiliense e, involucra lós nas histórias fantásticas criadas com o Plano Piloto como telão de fundo e, a consequência foi este livro contendo sete histórias e, um epílogo, que deixa o interrogante de mais um, com histórias do mesmo estilo, mas, com personagens mais definidos.